Clínica Integrada do Aparelho Digestivo Endoscopia e Fisioterapia

Diverticulose de Intestino Grosso, Doença Diverticular e Diverticulite

Diverticulose e Doença Diverticular

Diverticulose de Intestino Grosso, Doença Diverticular e Diverticulite

Divertículos são pequenas projeções, em forma de balões ou sacos, de todas as camadas do intestino grosso para o interior da cavidade abdominal, formando espécies de "apêndices" intestinais. Quando estas projeções ocorrem atravessando a camada externa do intestino, mas sem incluí-la, recebem o nome de pseudodivertículos e, quando atravessam a camada muscular do intestino, sem incluí-la, são denominadas herniações (assim como, por exemplo, a hérnia inguinal, que consiste na passagem de conteúdo do canal inguinal através dos músculos da parede abdominal).

Estes divertículos são extremamente comuns na idade adulta, estando presentes em cerca de 60% dos indivíduos com 60 anos de idade, e se formam ao longo da vida devido à pressão contínua que a musculatura intestinal exerce sobre as paredes do intestino, especialmente nas regiões mais frágeis e em indivíduos com distúrbios de motilidade intestinal.

Na maior parte das vezes, estes divertículos são completamente assintomáticos, e podem permanecer desta forma por toda a vida. Em alguns casos, são achados casuais (ou seja, sem repercussão em termos de tratamento) em exames de imagem (como tomografia computadorizada) ou colonoscopia (onde aparecem como pequenos orifícios ao longo da luz intestinal). Nestes casos, costuma-se classificar o indivíduo como portador de diverticulose assintomática.

Porém, em alguns indivíduos podem desenvolver o que se denomina doença diverticular ou diverticulose sintomática: estes indivíduos apresentam um ou mais de diversos sintomas que podem ser associados à presença dos divertículos, como sangramento, dor abdominal (especialmente no abdome inferior esquerdo), constipação e, uma das complicações mais conhecidas, diverticulite.

Diverticulite

A diverticulite consiste em um processo inflamatório intenso e descontrolado que ocorre no interior de um ou mais dos divertículos, de forma semelhante ao que ocorre na apendicite. Assim como na apendicite, os fatores que desencadeiam a reação inflamatória são a perfuração (microscópica ou macroscópica) da parede do divertículo, seja por pressão, seja por restos de alimentos, ou, menos frequentemente, a obstrução da luz ("canal") dos divertículos por restos de alimento (especialmente grãos de milho) ou de pequenos pedaços de fezes endurecidas (mais frequente em indivíduos que sofrem de constipação), o que promove o crescimento descontrolado de microrganismos no interior do divertículo.

Esta complicação ocorre em cerca de 4% a 15% dos indivíduos com diverticulose e está diretamente relacionada a hábitos alimentares inadequados e ao sedentarismo.

Entre os sintomas mais comuns, encontram-se dor em abdome inferior, náuseas, vômitos e constipação e as complicações, embora nem sempre ocorram, podem ser graves, como formação de fístulas (espécies de canais entre duas estruturas ocas) e perfuração intestinal.

Abaixo, seguem algumas orientações dietéticas e comportamentais que podem auxiliar no combate aos sintomas da diverticulite.

Orientação dietética para dieta para Diverticulite

  1. É indispensável comer devagar, mastigando muito bem os alimentos
  2. Não ingerir grãos que não sejam muito bem triturados e desmanchados, para isto, além da seleção dos alimentos, deverá haver uma ótima mastigação. Ex.:arroz
    Feijão e lentilha ingerir de preferência somente os caldos, se quiser ingerir o grão somente bem amassado ou liquidificado Da mesma forma grãos duros e cereais íntegros devem ser evitados, preferir farinhas e farelos
  3. Não engolir sementes de nenhuma espécie, sementes de frutas (Ex.: bergamota, laranja, mamão, melão, etc.). Evitar ervilha e milho
  4. Evitar alimentos formadores de gases como: batata-doce, feijão, rabanete, nabo, couve flor e brócolis
  5. Não comer pipocas, pois as cascas irão ter o mesmo efeito das sementes, podendo se depositar nos divertículos
  6. Testar a tolerância à lactose e se necessário, substituir por leite de soja
  7. Não consumir alimentos muito temperados, picantes (pimenta, alho, molhos prontos, catchup, mostarda, páprica, etc.) e ácidos (frutas cítricas ácidas) e embutidos (salsichão, linguiça, salsicha, presunto, salame italiano, patês)
  8. Preferir as carnes brancas e mastigar bem antes de ingerir
  9. Evitar alimentos gordurosos como frituras, carnes gordas e gorduras em geral
  10. Lembre-se sempre: o seu bem-estar irá depender do tipo de alimento consumido, caso observar que algum alimento possa desencadear dor, retire-o da dieta e observe se irá haver melhora
  11. Durante as crises de diverticulite, o recomendado é uma dieta pobre em fibras, evitando frutas com mamão ameixa e frutas com a casca
  12. Nos períodos livres do quadro agudo de diverticulite, recomenda-se dieta rica em fibras e ingestão adequada com líquidos, pois esses dois fatores ajudam a umedecer e aumentar o volume das fezes, diminuindo o esforço para evacuar, podendo aliviar sintomas e prevenir a formação de novos divertículos, mesmo para aqueles que nunca tiveram diverticulite